quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

um balanço geral



Mais de uma semana sem postar... mas minha desculpa é boa !!

Tem estado corridíssimo pra mim, graças a Deus... não sobra muito tempo pra escrever!

Por outra lado, mais coisas pra contar aqui depois ;)

Ainda estou devendo posts sobre minha viagem à Croácia e Eslováquia, e outras coisas mais.
Mas preciso interromper a linha cronológica e postar algo recente...

Afinal, só me restam mais duas semanas aqui na Europa... e eu já estou ficando triste!
Nossa, foi tanta coisa aqui, que eu não conseguiria descrever tudo! As fotos e os meus posts contam 10% do que acontece... não tem como falar tudo! Principalmente o que eu sinto aqui...
Tenho certeza que a Lorena que chegou aqui na Hungria há mais de um mês atrás já não existe mais... a Lorena que regressará ao Brasil no dia 1 de março já será outra.
O amadurecimento, diante de uma situação dessas é inevitável. Mas a mudança de perspectiva é ainda maior. Ideias, conceitos, pensamentos, percepção de vida e das coisas ao redor... tudo radicalmente alterado!
A essência, claro, não muda. O que eu quero dizer é que, sinto que, como ser humano, pude crescer muito. Deixar para trás vícios de personalidade, medos, dúvidas...
Isso tudo pode ser muito perigoso, e isso é um fato. É preciso ter muito cuidado para assimilar todas as experiências que se têm diante dessas circunstâncias todas.
São muitas paisagens maravilhosas, imagens gravadas na minha cabeça que jamais esquecerei.
São perfumes, sabores, sons e sentimentos únicos, inenarráveis, guardados na minha memória.
A cultura e tudo que a circunda... a língua, o modo que eles falam, se expressam; a comida, o modo como se alimentam, o que uma refeição representa ( e a simpatia e a questão que eles fazem de sempre dizer ‘’Jó ét vagyat’’ – tenha uma boa refeição – ou sempre que bebem algo, bebem em nome de algo, também dizendo ‘’Egészségedre’’ – saúde) ...
A Hungria é sem dúvida um país apaixonante. Muito único, língua única, costumes e hábitos únicos, estilo de vida único. Não tenho como descrever o quanto estou grata pela oportunidade que tive de estar aqui, por todas as experiências que passei por aqui, boas ou ruins, foram maravilhosas. Acho que para ser um bom aluno diante da vida temos que tirar o melhor de cada experiência, sejam elas boas ou ruins. Entender que no gosto de cada uma, se esconde um grande aprendizado, e que ambas são essenciais. Quanto a isso não tenho dúvidas! =)
Deixar tudo isso para trás é muito triste... mas de coração, sinto falta de casa =)

Incrível como, após esse tempo aqui, vc começa a sentir falta de pequenos detalhes...

Um churrasco de domingo, cumprimentar um colega que vc conhece há anos, abraçar sua família, falar sua própria língua, sair de casa sem precisar usar cinqüenta casacos e meias e botas e chapéu e luva, ufa ! =P
Outra lição que tirei disso foi valorizar ainda mais meu país, minha cultura, e claro, meus amigos e minha família. Ainda que tudo tenha corrido muitíssimo bem, graças a Deus, LAR, CASA, é só um nessa vida =P Não há nenhum lugar como a nossa pátria =).
Mas com certeza tenho vontade de voltar! Nossa, tem tanta coisa para se conhecer por aqui ainda! Terei um carinho enorme pela Hungria para sempre.
Aquele paradigma de que Europeu é um povo distante, fechado? MENTIRA DESLAVADA!!
TODO mundo aqui me tratou super bem, e tive contato com tanta gente! Todos querendo me fazer sentir super bem-vinda, fazendo questão de que eu tivesse bem acomodada, e que tudo estivesse correndo bem. E tudo isso com um grande sorriso no rosto. O povo húngaro é um povo pessimista em relação ao seu país, isso eles mesmos admitem. Passaram por uma história complicada e cheia de guerras e destruição. E atualmente, estão diante de um governo de que não sentem confiança, e que não tem feito bem ao país. Este ano entrou em vigor uma nova constituição, então dá pra imaginar a época delicada que eles estão vivendo.
Mas isso, jamais foi motivo para que eles se sentissem intimidados. Eu fui constantemente surpreendida e SALVA pela bondade das pessoas daqui!
Ganhei inúmeros presentes, desde pedaço de bolo até livro. Ganhei muitos sorrisos, muita generosidade, muito carinho mesmo. Aprendi que quando temos um largo sorriso no rosto e muita humildade no coração, conseguimos tudo! É o modo mais fácil de se conquistar a simpatia das pessoas. Sério, não falhou uma vez sequer. É claro que me decepcionei ás vezes, me meti em tanta encrenca, confusão, me perdi, olha, foi cada barca furada !! rsrsrs
Mas sempre houve alguma alma generosa, alguém que, de algum modo, fez questão de ajudar uma desconhecida que provavelmente nem veriam mais. Sério, acredito mais na humanidade agora.
Tenho muito que desabafar ainda, mas esse post já está gigante.
Meu último dia de aula amanhã. Será que vou chorar, meu Deus?? Rsrsrs
Admito que tenho sérios problemas com despedidas. Nossa, é horrível pra mim.
Aceitar o fim não é fácil =P Massss, vamos ver o copo meio cheio e pensar que ainda me restam 2 semaninhassss =)
Quando já estava para derreter a neve, hoje bateu uma nevasca nervosa aqui =P
Volto a qualquer hora ;) Puszi!

Um comentário:

  1. Looo que fofaaaaaa! adorei saber que ta tudo bem e que voce ta aproveitando muito! beijooo mil saudades!!

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Um homem foi ao encontro de Sócrates levando ao filósofo uma informação que julgava de seu interesse:
- Quero contar-te uma coisa a respeito de um amigo teu!
- Espera – disse o sábio. Antes de contar-me, quero saber se fizeste passar essa informação pelas três peneiras.
- Três peneiras? Que queres dizer?
- Devemos sempre usar as três peneiras. Se não as conheces, presta bem atenção. A primeira é a peneira da VERDADE. Tens certeza de que isso que queres dizer-me é verdade?
- Bem, foi o que ouvi outros contarem. Não sei exatamente se é verdade.
- A segunda peneira é a da BONDADE. Com certeza, deves ter passado a informação pela peneira da bondade. Ou não?

Envergonhado, o homem respondeu:
- Devo confessar que não.
- A terceira peneira é a da UTILIDADE. Pensaste bem se é útil o que vieste falar a respeito do meu amigo?
- Útil? Na verdade,não.

-Então, disse-lhe o sábio, se o que queres contar-me não é verdadeiro, nem bom, nem útil, então é melhor que o guardes apenas para ti.